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Circus

By | Bombardians

Circus Network é uma galeria de arte, loja, espaço de cowork e agência criativa de design e comunicação, fundada por Ana Muska e André Carvalho. O projecto Circus surgiu em 2012 como projecto final de licenciatura da Ana, que pretendia divulgar e incentivar a arte portuguesa através de um evento que tomou a forma de exposição temática de ilustração e arte urbana, juntamente com uma festa com performances, música e projecção de vídeo no Maus Hábitos.

“Circus aconteceu porque, quando começámos, o objetivo era juntar várias áreas. No primeiro evento era ilustração, grafites, performance, música, audiovisual… então era como um circo com artistas de vários tipos”.

Foi durante a organização deste evento que Ana e André se encontraram, pois ele, na altura, produzia eventos e festas. “No final deste primeiro evento achámos que a coisa tinha pernas para algum tipo de continuidade e adaptações, e continuámos a fazer exposições e intervenções em diversos espaços da cidade, algumas legais e outras ilegais. Em 2013, organizámos o festival de arte urbana e de ilustração no Porto; a coisa começou a crescer quando iniciámos o trabalho enquanto agência e a trabalhar cada vez com mais clientes”. Foi por isso que, em 2015, decidiram ter um espaço físico e instalar-se no quarteirão Bombarda.

 

A parte da galeria e da loja dedica-se à arte urbana, à ilustração, à música e ao design e tem como objectivo primordial promover o talento português, procurando estreitar relações entre artistas, entidades e a comunidade envolvente, incluindo exposições periódicas de artistas nacionais e internacionais, mostras colectivas, organização de pinturas murais, residências artísticas, workshops e a promoção da arte urbana enquanto expressão artística emergente.

“A ideia vai ser sempre olhar para a comunidade artística do Porto e pensar o mercado de uma forma local”.

Pedimos ao André para escolher o seu objeto preferido da loja, sendo o que ele imediatamente escolheu um vinil de Minus & MRDolly que se chama Man with a plan. O plano do André é de crescer mais: “Quando nós começámos este projecto, o objectivo era que daqui a 10 anos pudéssemos dizer que a comunidade artística à nossa volta estava mais evoluída e mais forte do que quando nós começámos; e continua a ser o nosso objetivo, só que em vez de serem os 10 anos desde que começámos, serão 10 anos a partir de hoje, a partir de amanhã e será sempre um crescimento sustentável da comunidade artística em que estamos inseridos. Já vimos muitas mudanças, quando começámos muitos artistas à nossa volta tinham empregos em fábricas e a parte artística era quase um side job, agora alguns conseguem viver só disso. Por isso é positivo.”

Proust questionnaire com André Carvalho

Quanto tempo demoras a preparar-te de manhã?

15 minutos

Quais são os teus heróis na vida real?

Não faço ideia. A minha mãe, provavelmente.

O que é o sucesso para ti?

Uma vida confortável. Não é ser rico, mas poder fazer as coisas que me apetece.

Qual é o teu lema?

Nao tenho lema.

Qual é a tua maior extravagância?

Discos

Qual é o teu emprego do sonho?

Ter uma loja de discos, desde que sou criança.

Qual é o teu bem mais precioso?

Esta mesa de mistura. A coisa mais cara que comprei na vida.

Três palavras para te descrever.

Ambicioso, crente, realizado.

Duas palavras para descrever este espaço.

Pequeno e familiar.

Uma palavra para descrever o Quarteirão Bombarda.

Neste momento, disperso.

Bombardians é a nova rubrica que dedicamos aos nossos vizinhos – pessoas e negócios criativos que fazem parte do Quarteirão das Artes do Porto.

Entrevista: Benedetta Grasso Edição: Rossana Mendes Fonseca Fotografias: João Ferreira

Manel Jardineiro

By | Bombardians

Manel Silva é especialista em kokedamas, uma técnica ancestral de jardinagem ornamental japonesa, que desenvolve e expõe no Centro Comercial Bombarda. Mas a história que o trouxe até ali é bem mais longa. “Comecei a fazer jardinagem por terapia, tinha uma carreira de marketing que acabou mal e comecei a cortar a relva dos amigos para ganhar algum dinheiro. Como estava mesmo muito mal, disse: bom como me pagam para fazer isto, vou continuar a fazer jardinagem!”

A partir dali, Manel chegou aos Maus Hábitos e começou a fazer um tipo de jardinagem mais alternativa, com cestos suspensos. Aí, percebeu que as plantas suspensas tinham outra beleza, outro interesse: “As plantas tinham que sair do chão, tinham que estar ao nível dos olhos.”. Foi ali que tudo teve início, com o tempo, Manel foi selecionando pelo tipo de jardinagem que queria fazer e começou a focar-se numa jardinagem mais urbana, mais ornamental e a vender as plantas em mercados urbanos, principalmente no Porto Belo onde ‘cresceu’.

Durante algum tempo, tinha uma pequena loja com muito poucas condições;  como precisava de um lugar para trabalhar e para expor, finalmente em 2017, fui para o Centro Comercial Bombarda onde tive uma pequena oficina no pátio e uma montra. Entretanto, Fátima Silva, esposa de Manel juntou-se também ao CCB com a loja Lagar do Mel. Os dois criaram uma parceria chamada Bee friendly flowers – plantas amigas das abelhas, e, durante a pandemia, conseguiram juntar os dois projectos no mesmo espaço: kokedamas e mel. Dentro deste espaço, Manel tem outra oficina ‘limpa’, para onde leva as plantas que trabalha na oficina ‘suja’ do pátio; as duas são na verdade muito limpas, só que numa mexe com a terra e na outra acaba os kokedamas com o fio. “A suspensão é pensada de maneira a não danificar a planta, mantendo-a, no entanto, na sua posição orgânica”.

Wabi-sabi é a filosofia atrás dos kokedamas, à qual Manel tenta ser o mais fiel possível, e baseia-se em três princípios: nada está completo, nada é para sempre e nada é perfeito. “A imperfeição, o não estar terminado, o sentido da evolução, da maturidade, da imaturidade, o envelhecimento, as estações do ano… tudo isto tem que estar numa planta. Esse é o espírito que eu tento de uma certa forma seguir, e dali a escolha das plantas, uma a uma.”. Conforme esta filosofia, Manel decidiu não fazer revenda: “Eu tenho que entregar cada planta ao dono. As coisas têm que ter uma dimensão, a dimensão é minha, por isso o negócio chama-se Manel jardineiro”.

O nome surgiu anos depois de Manel começar a trabalhar como jardineiro. Foi na altura em que ele trabalhava num sítio muito exposto, no meio dum fluxo de ar e que a sua esposa o desenhou, no mês de dezembro, com casaco e cachecol ilustração à qual deve a imagem do seu negócio. Manel queria que o nome fosse ‘velho jardineiro’, velho como dono de sapiência, dono da sabedoria, de uma prática ancestral, mas, como na língua portuguesa soava mal, optou pelo nome ‘Manel jardineiro’. “Deixei os nomes de família para trás e assumi completamente o Manel jardineiro. Sinto-me feliz, é o que mais gosto na vida. Tenho orgulho do que faço! As pessoas chamam-me KokeBoy, mas eu não quero ser só o KokeBoy. Há mais na jardinagem para além dos kokedamas. 

“Matisse dizia: «Em jardinagem não há erros, há experiências.» Tentativa-erro é fundamental… o jardim é um trabalho em progresso, é um projecto de vida”.

Proust questionnaire com Manel Jardineiro

Qual é a qualidade que mais gostas numa pessoa?

A frontalidade.

Qual é a tua maior conquista?

Pagar as contas com o que faço.

 

Qual é a coisa que tens e desejavas não ter?

Alguns quilos a mais!

 

Qual é uma das tuas manias esquisitas?

São tantas! Sou compulsivo com o que faço, queria desligar às vezes.

O que é o sucesso para ti?

Nao existe. É efémero.

 

Três palavras para te descrever.

Sou um tipo completamente emocional que parece um duro. Não são três, mas…

 

Duas palavras para descrever este espaço.

Um lugar que eu vou construindo com a ajuda da minha mulher e me deixa feliz.

Uma palavra para descrever o Quarteirão Bombarda.

O lugar onde eu vivo.

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Entrevista: Benedetta Grasso Edição: Rossana Mendes Fonseca Fotografias: João Ferreira

Ema Ribeiro | Ó! Galeria

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A Ó! Galeria, situada no efervescente quarteirão de Miguel Bombarda, é um projecto centrado na ilustração, desenho, livros, zines e peças de autor de todo o mundo. Abriu há 11 anos, no CCB, num espaço muito pequeno dividido em barraquinhas com diferentes negócios, graças à visão da Ema, que fomos hoje entrevistar. “Somos profissionais em crise económica, começámos em 2009, quando houve a grande crise!”.

O percurso de Ema vai de Belas Artes, passando pela fotografia, mas sem nunca ter sido ilustradora; a ideia de criar uma galeria de ilustrações surgiu de uma necessidade. “Tenho amigos ilustradores profissionais que lutavam para ter espaços para mostrar os trabalhos deles de uma forma dignificante, a maior parte deles mostrava o trabalho em cafés e bares e, muitas vezes, as obras de arte eram pouco valorizadas. Percebi a importância de ter um espaço para eles, e o que eu quis no início era montar uma loja de arte com muita mais ilustração do que outro tipo de arte, alguns objectos de design, pequenas esculturas. Ao longo do primeiro ano, percebemos que era a ilustração o que as pessoas procuravam, e começámos a afunilar até ser só mesmo ilustração.”. Pouco a pouco, as pessoas começaram a entender a ilustração como obra artística, finalmente, conseguiu-se rentabilizar e receber ordenados deste projecto.

O grande passo da Ó! Galeria foi mudar para a Rua Miguel Bombarda, num sítio com muita visibilidade e com mais dinâmicas e movimento dos turistas. É aqui que a Ó! começou a desenvolver-se a sério, começando a convidar mais artistas, organizando eventos e residências para não ser só um espaço de exposição, mas também um espaço de troca. Hoje, a Ó! Galeria conta com mais de 50 ilustradores, 50% estrangeiros e 50% portugueses; entre os estrangeiros, há muitos espanhóis, mas também ingleses, franceses, argentinos… “A maior parte deles somos nós que encontrámos, estamos em constante procura. Eu gosto de dar a oportunidades a novos ilustradores, mas é complicado em termos de armazenamento e organização”. 

A visão da Ema é ampla o suficiente para acolher diferentes artistas, mas também tem uma linha de estilo específica. “Se nós olharmos para as paredes vemos que há alguma coerência. Creio que seja bom ter uma especificidade dentro do mundo da ilustração. Eu privilegio sobretudo a originalidade, a qualidade, naturalmente, mas é bastante difícil encontrar originalidade, uma linguagem própria que não se vê noutros sítios. É normal que os ilustradores quanto mais novos são, mais absorvam várias influências e depois não se consigam emancipar destas influências e criar o seu próprio estilo”. Por isso, um dos objectivos do trabalho da galerista é também acompanhar o ilustrador nos primeiros anos de produção até ao momento em que o artista já está com um corpo de trabalho forte, quando já se sente coerência no seu trabalho. “Temos que transmitir alguma segurança ao público e ao investidor que quer comprar um original e, por isso, é importante garantir que o artista seja sólido”. 

Infelizmente durante a pandemia a Ó! Galeria passou por algumas dificuldades, na medida em que a ilustração e a arte não são bens de primeira necessidade. Felizmente, as pessoas, sobretudo os portugueses, quiseram ajudar a galeria comprando obras online durante o confinamento.

Em 2019, nasceu a Ó! Cerâmica, o novo projecto da Ó! Galeria. Uma galeria de cerâmica contemporânea com uma área de atelier fundada pelo Nuno Santos e pela Ema. Na parte da loja, são expostos uns vinte artistas escolhidos pela Ema e, na parte do atelier, há residentes que utilizam o espaço para trabalhar e desenvolver os próprios projectos pessoais. Situada igualmente no bairro das artes de Miguel Bombarda, pretende divulgar o trabalho de ceramistas portugueses e estrangeiros através de exposições, residências artísticas, palestras ou workshops. 

A ideia da Ó! Cerâmica nasceu da Ema quando, há três anos atrás, durante um workshop de roda de oleiro, reavivou as emoções e o amor que tinha por esta técnica e começou a querer voltar a fazer algo ligado a isso. O Nuno também sempre gostou de fazer obras manuais e de experimentar, por ele a Ó! Cerâmica seria exatamente isto. “Estou sempre a experimentar coisas novas, nunca é igual e podes sempre fazer mais e mais.”

A ideia inicial era fazer um estudo em casa, mas a Ema e o Nuno começaram a perceber que em termos de logística era difícil ter uma roda, um forno e o equipamento todo na própria habitação; o conceito, então, expandiu-se e decidiram fazer um espaço que tivesse uma parte de exposição de peças e uma parte de trabalho para eles. Depois de terem aberto ao final do ano de 2019, tiveram que fechar muito tempo por causa da pandemia, mas quando reabriram perceberam que o lado do estúdio, inicialmente pensado só para o Nuno e a Ema trabalharem, era a parte que criava mais dinâmica e atraía pessoas, graças aos workshops de grupo e aos workshops personalizados.

Proust questionnaire com Ema Ribeiro

Qual é o teu lema?

Work hard and be nice to people.

O que valorizas mais nos teus amigos?

Estar presente. Quando precisar deles, estarem lá.

O que estás aprender agora?

Marketing digital.

Qual é o teu bem mais precioso?

O meu amor.

Como é que defines a felicidade?

São momentos.

Qual o talento que gostarias de ter?

Adorava cantar, não tenho voz nenhuma, é horrível!

Três palavras para te descrever.

Teimosa, teimosa, teimosa.

Duas palavras para descrever a Ó! Galeria.

Casa colorida ou casa feliz, uma coisa assim. Mas, com certeza, a Ó Galeria é uma casa.

Uma palavra para descrever o Quarteirão Bombarda.

Criatividade. E se pudesse acrescentar outra palavra seria resiliência.

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Entrevista: Benedetta Grasso Edição: Rossana Mendes Fonseca Fotografias: João Ferreira

Marina Costa | CC Bombarda

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Hoje fomos visitar a Marina, do Centro Comercial Bombarda, onde tem também uma loja vintage. A sua formação inicial é como designer gráfica, fazendo, depois, formação em produção na agência de design de Francisco Providência, onde aprendeu muitas coisas e construiu as ferramentas base para o futuro. Contudo, este tipo de trabalho não era o que ela queria.

“Tinha um bom ordenado mas estava muito infeliz. Então, decidi alugar uma unidade da loja do meu pai e ficar com uma parte para vender velharias, livros de poesia, discos, roupas usadas e roupas de jovens talentos”.

Como a localização da loja não era suficientemente boa, Marina decidiu colaborar com uma amiga dela para encontrar um sítio mais adequado aos próprios desejos. “Como a Paola trabalhava no mundo da arte, tinha ouvido que, na Rua Miguel Bombarda, o Fernando (Santos) estava a abrir uma galeria. Fomos dar uma espreita e vimos uma casa maravilhosa de quatro andares com jardim e decidimos alugar. Em 1998, abrimos o Café Velharias, mas ainda tinha muito espaço livre e a renda para pagar era alta… então, pensámos em começar a convidar gente que tinha a ver connosco e que tinha projetos que gostávamos”. Começaram a juntar-se cada vez mais projetos novos e gente dinâmica, como o Matéria Prima, que na altura tinha um projecto online de discos e publicações, e a casa inteira encheu-se rapidamente. Nem depois de três anos toda a gente falava do Artes em Partes. Marina continuou a administrar o espaço por mais doze anos, quando surgiram alguns problemas que a fizeram desistir do negócio. “As empresas cresciam e eu não tinha espaço para elas crescerem, por isso saíam…aquilo de facto era uma incubadora de projetos e negócios, por isso foi bom mas na realidade era muito trabalho e eu só tinha um lucro moral”.

Foi no mesmo ano, em 2010, que surgiu a oportunidade de Marina administrar o Centro Comercial Bombarda. “A ideia era a de aquilo ser ligeiramente mais comercial para se manter o interesse também pela gente que vem visitar o Porto. O projecto teve um crescimento rápido e positivo, pois a escolha dos negócios foi criteriosa.” Naquela altura, no quarteirão, as únicas lojas que existiam eram um chinês, um senhor que vendia candeeiros e umas dez galerias; quando abriu o CCB, a Rua Miguel Bombarda começou a tornar-se numa zona mais interessante a nível comercial e o quarteirão tornou-se mais dinâmico, menos selectivo e a chamar mais povo.

Neste momento, o Centro Comercial Bombarda conta com 23 lojas entre as quais, o mercado semanal aos sábados, o Berdinho.

“O quarteirão está a crescer bem, precisaria de mais investimento para a rua ficar mais atractiva e criar dinâmicas únicas, mas a direcção é positiva. Esta tendência dos estrangeiros virem para aqui abrir lojas também é boa; há gente muito interessante que vem de fora e tem outra visão, outra frescura. Têm uma abordagem completamente diferente da nossa e é muito importante para nós aprendermos com eles e com a sua profissionalidade. O covid é uma crise que vai diferenciar quem vai aguentar e quem não…vai ser uma selecção natural.”

Proust questionnaire com Marina Costa

Qual é o teu lema?

Perseverança.

Qual é uma coisa que sempre quiseste fazer?

Ser independente.

O que estás aprender?

Agora, em específico, a história da joalharia.

Qual é a qualidade que mais gosta numa pessoa?

Sinceridade.

Qual é a tua maior extravagância?

Emborrachar-me à noite.

Qual é a tua característica mais marcante?

teimosa

Três palavras para te descrever.

Persistente, desorganizada e crente, acredito nas coisas e faço. Se tu queres realmente uma coisa, tu consegues, tens que trabalhar para isso.

Duas palavras para descrever o CCB.

Fresco e curioso, porque há coisas que têm alguma piada e que são diferentes.

Uma palavra para descrever o Quarteirão Bombarda.

Tem que ser o melhor. Há muita gente com valor aqui mas temos que nos organizar melhor.

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Entrevista: Benedetta Grasso Edição: Rossana Mendes Fonseca Fotografias: João Ferreira